quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A REALIDADE BRASILEIRA


Tudo estava calmo, era um dia pouco ensolarado, não havia ninguém na rua, exceto um velho que passava devagar sobre a faixa de segurança.
Instantes depois, ele já não estava mais sozinho. Atrás dele, caminhava, quase imperceptível, um garoto moreno, de aparência humilde, cabelos encaracolados e de intenção suspeita.
A cada segundo que se passava, o garoto se aproximava mais e mais fazendo com que o clima, antes calmo e amigável, se tornasse pesado e assustador.
Foi inevitável. Um simples toque, em questão de milésimos de segundos, fez com que o astuto garoto se tornasse a maldade e a necessidade causada pelo subdesenvolvimento brasileiro, estampada em um sorriso quase cruel de vitória.
E assim, o inofensivo, cansado e frágil velhinho só percebeu que ficava sem sua aposentadoria quando não havia mais jeito. Mesmo assim, em uma atitude desesperada, tentou reagir, mas foi totalmente em vão, o garoto já estava longe. Convenhamos, o que poderia fazer um velho contra um garoto?
(Adriana Silva Barbosa, 8ª C, 22/07/96)

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