Tudo estava
calmo, era um dia pouco ensolarado, não havia ninguém na rua, exceto um velho
que passava devagar sobre a faixa de segurança.
Instantes
depois, ele já não estava mais sozinho. Atrás dele, caminhava, quase
imperceptível, um garoto moreno, de aparência humilde, cabelos encaracolados e
de intenção suspeita.
A cada
segundo que se passava, o garoto se aproximava mais e mais fazendo com que o
clima, antes calmo e amigável, se tornasse pesado e assustador.
Foi
inevitável. Um simples toque, em questão de milésimos de segundos, fez com que
o astuto garoto se tornasse a maldade e a necessidade causada pelo
subdesenvolvimento brasileiro, estampada em um sorriso quase cruel de vitória.
E assim, o
inofensivo, cansado e frágil velhinho só percebeu que ficava sem sua
aposentadoria quando não havia mais jeito. Mesmo assim, em uma atitude
desesperada, tentou reagir, mas foi totalmente em vão, o garoto já estava
longe. Convenhamos, o que poderia fazer um velho contra um garoto?
(Adriana Silva Barbosa,
8ª C, 22/07/96)
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