quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

VERSÕES SOBRE O PRIMEIRO ENCONTRO


- Meu primeiro encontro (versão da menina) – 

Hoje à tarde, fui ao meu primeiro encontro com o Rui. Dois sentimentos diferentes misturaram-se dentro de mim: ansiedade e insegurança.
Estava tão confusa que não sabia o que vestir, como me comportar, o que dizer... Apenas constatei que havia sentido algo parecido na primeira vez que o vi.
Então, resolvi deixar as minhas expectativas de lado, vesti algo mais conservador, penteei meus cabelos e comecei a passar batom.
Em seguida, às 6:45 da tarde, ele chegou. Demorei alguns segundos para sair do meu quarto e depois desci a escada vagarosamente a passos leves, rebolando um pouco e fazendo charminho.
Ele estava lindo, todo de azul. Azul como o azul dos seus olhos. Nesta tarde, como de costume ele estava de óculos escuro; faz um pouco de suspense e também impede que as outras garotas vejam seus olhos e acabem se apaixonando por ele. Porém, em dias como hoje, não gosto. Eles impedem-me de ver o brilho dos seus olhos...
Ao chegar perto dele, eu não disse nada. Confesso que tive medo que me achasse burra...
Estava enganada! A reação dele foi ótima. Sorriu para mim e beijou-me a face deixando minha mãe, uma conservadora nata, emburrada.
Seguimos para o bosque de mãos dadas, como se fóssemos namorados (não éramos ainda). Chegando lá, sentamos em um banco sob as árvores e começamos a conversar. Conversamos sobre coisas sem importância. Até que, ele acariciou minha face e perguntou-me se eu queria namorá-lo. Respondi que sim. Carinhosamente, o Rui segurou o meu queixo e tocou seus lábios nos meus. Voltei para casa muito feliz, continuo assim e quero continuar sempre assim.

- Meu primeiro encontro (versão do menino) – 

Não gosto muito de escrever, mas hoje aconteceu um fato que merece ser registrado. Pena que durou tão pouco tempo o meu, tão esperado, encontro com a Maria.
Na hora marcada, ela desceu a escada de um jeito engraçado. Alguma coisa intermediária entre escorregar e rebolar. Tive vontade de rir, mas não ri. Porque isso iria constrangê-la e eu não quero fazer isso com a pessoa que amo. E apesar de tudo isso, gostei da maneira como ela desceu a escada.
Depois fomos ao bosque e lá, meio sem jeito, perguntei se ela gostaria de ser minha namorada. Ela respondeu que sim.
Finalmente tomei coragem e a beijei. Meu primeiro beijo. Foi tão gostoso... não devia ter escrito isto aqui, pois se alguns dos meus amigos pegarem este papel, vão fazer muita resenha de mim. Esse machismo tão predominante na sociedade me sufoca... mas não vou deixar que ele estrague o meu amor pela Maria.

- O primeiro encontro da minha filha (versão da mãe de Maria)

Durante dois dias, minha filha não falou em outra coisa que não fosse este encontro com o Rui (o filho da vizinha nova).
Às 5:45 da tarde, ele chegou, metido como sempre. Em seguida, minha filha desceu a escada e ele com toda prepotência possível a beijou no rosto.
Já avisei a Maria que eles terão que namorar aqui, no sofá, sob minhas vistas.
Os namoros de hoje são tão sem graça. A minha juventude sim, foi um tempo maravilhoso...
Naquele tempo, em casa de moça solteira a mesma só poderia namorar no sofá, tendo seus pais sentados no sofá em frente, vigiando-os minuciosamente. Outra coisa que não poderia faltar era um cachorro valente que sempre acabava escapulindo da corrente, fazendo o rapaz sair correndo com muito medo, deixando a moça triste e os pais da mesma com um leve sorriso disfarçado nos lábios, pois havia passado dois minutos do horário marcado para o rapaz ir embora.
Ah! Como os tempos mudaram...
(Adriana Silva Barbosa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário