Sinto-me solitária e triste.
Não conheço a amizade e nunca
ouvi falar dela. Recorro à imaginação.
Sem conversar, sem brincar,
não há quem aguente.
No orfanato é sempre uma
rotina.
Uma tremenda solidão.
Meu coração é puro e bem
pequenino.
Acho que não há a participação
da alegria na minha vida.
Ah! O dia em que minha mãe
veio me visitar senti uma tremenda alegria. Meu coração batia e eu abria os
meus braços e a abraçava. Depois desse dia não tive mais notícias.
A tristeza tomou conta do meu
ser.
As meninas não gostam de
conversar comigo, pois só sei falar desse sentimento.
Acho que estou acostumada.
Às vezes largo-me a chorar.
Ser uma pessoa triste é muito
chato.
Dar vontade de chorar. Sem ter
amigos para compartilhar o dia-a-dia...
Ai! Que agonia! Ai! Que
melancolia!
Seria como se eu estivesse
numa estrada, andando, andando e não encontrasse ninguém. O único jeito era deitar e dormir eternamente.
Sozinha no mundo não é pra ninguém.
(Denise Araújo Cunha, 8ª C -
08/04/96)
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