Sou pobre.
Ninguém me vê. Sou feio e despercebido, sou um “mendigo”.
Os ricos
passam naqueles carrões com motorista e tudo, e nem liga para mim que estou
aqui fora, precisando da ajuda de alguém, precisando de um emprego. Mas, fazer o
quê?...
Ninguém
quer empregar um mendigo, às vezes quando me veem, têm até medo, acham que vou
roubar ou transmitir alguma doença maligna. Sou assim, não tenho vez na vida.
Algumas pessoas acham que sou esmolé porque quero, porque tenho preguiça de
trabalhar, acham que eu não conheço a realidade. No entanto, na verdade, são eles que
não conhecem. Se conhecessem, tentariam ajudar aos que necessitam.
Se todos
fossem socialmente iguais, não haveria isso, todos seriam, igualmente, tratados sem discriminação.
Eu, que sou
excluído por todos, sofro muito por isso e acho que deviam tomar alguma
providência. E, às vezes, me questiono: Por que não tenho nada? Por que sou
assim?
(Mônia Andrade Souza, 8ª C,
20/05/96)
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